Da minha estante - XIV

já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso
*
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
*
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo
*
Al Berto in O Último Coração do Sonho,V.N. de Famalicão, Ed. Quasi, 2000, p. 38
Foto: Olhares.com
4 Comments:
Uma poesia muito bonita!
Tens um óptimo blog.
By
Boy95, at 8:32 AM
Gay95,
obrigada pela visita e pelo comentário.
Beijinh@s
By
S.M., at 3:32 PM
Olá!
É verdade, dia Mundial da Poesia e já faz tempo que não leio um bom livro de Poesia. O ultimo que li foi a Florbela Espanca “Uma Mão Cheia de Nada e Outra de Coisa Nenhuma”, excelente livro! Apesar de ter já páginas soltas e o livro já estar amarelo, gostei muito, porque o que interessa é o interior!
Beijinhos e porta-te mal!! ;)
By
Adolescente Gay, at 3:26 PM
Olá!
Ok, também já fiquei baralhado! Então a mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma não é da F.E.? Lá na capa dizia que era da F.E. e era poesia!!! looooooooooooooool Mas vou verificar amanhã, na biblioteca da escola! Pois, já percebi que estou tramado!! :)
Porque a pergunta do “heterossexual” ? Não percebi…
Beijinhos e porta-te mal!! ;)
By
Adolescente Gay, at 2:55 PM
Post a Comment
<< Home