Da minha estante VIII
" Ecce homo, parece dizer cada poema. Eis o homem, eis o seu efémero rosto feito de milhares de rostos (...) "
2.
O que sei de ti foi só o vento
a passar nos mastros do verão.
3.
Um corpo apenas, barco ou rosa,
rumoroso de abelhas ou de espuma.
4.
Entre lábios e lábios não sabia
se cantava ou nevava ou ardia.
5.
Amo como as espadas brilham
no ardor indizível do dia.
6.
Seria a morte esta carícia
onde o desejo era só brisa?
Colhe
Todo o oiro do dia
Na haste mais alta
Da melancolia.
(Ostinato Rigore, 1964)
*
*
*
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*
Eugénio de Andrade (1923-2005)
EROS THANATOS
1.
Ó pureza apaixonadamente minha:
terra toda nas minhas mãos acesa.
Ó pureza apaixonadamente minha:
terra toda nas minhas mãos acesa.
2.
O que sei de ti foi só o vento
a passar nos mastros do verão.
3.
Um corpo apenas, barco ou rosa,
rumoroso de abelhas ou de espuma.
4.
Entre lábios e lábios não sabia
se cantava ou nevava ou ardia.
5.
Amo como as espadas brilham
no ardor indizível do dia.
6.
Seria a morte esta carícia
onde o desejo era só brisa?
DESPEDIDA
Colhe
Todo o oiro do dia
Na haste mais alta
Da melancolia.
(Ostinato Rigore, 1964)
2 Comments:
Eugénio de Andrade; os seus poemas são sempre uma fonte de inspiração. Convidam a sonhar... :)
Bjs!
By Angell, at 10:36 AM
Cada prazer uma morte, a cada morte um renascer ao prazer, resta saber, quantas vezes aguentamos morrer.
:)
By João Magalhães, at 2:55 PM
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