*
Fez de mim um homem.
A tropa
O sangue
No muro das guerras
Amargo
Fez de mim
A dor
No fundo da ferida
A falta,
O abraço ausente
O fogo
Sem armas
E as lágrimas.
Fez de mim um homem
O homem que não fui,
Aquele que nunca sou.
*
© Reservados os direitos de autor
Foto: Pascal Renoux
7 Comments:
S., brilhante como sempre, fazes das pequenas palavras uma história que pode ser vida.
By João Magalhães, at 12:24 AM
Muita sensibibidade, sem dúvida. Tocante quando te consegues fundir assim; na "pele" de outros. :)
Bjs!
By Angell, at 5:11 AM
És sempre uma inspiração... vou tentar fazer algo de contrutivo com o que me inspiraste..
devias era escrever mais para haver sempre coisas boas para a malta ler.
:-)
By Flour, at 6:46 AM
Beijo grande pelo lindo poema que aqui deixas
By Moura ao Luar, at 12:28 PM
Intenso e profundo.
E somos, em verdade, frutos de um pouquinho do acaso, que nos prende às amarras fóbicas na vida.
Beijo
By Anonymous, at 5:53 PM
Obrigada pelos comentários e pelas visitas, malta! Que dizer? São mto amáveis, a sério! Voltem sempre :)Bjinhos
By S.M., at 2:39 AM
Bem, é um presente enorme, sabes?
Pelas palavras medidas a milímetro, mas pela imagética toda e que termina tão simplesmente óbvia: "o homem que não fui,/Aquele que nunca sou"... é isso mesmo. E sem "lágrimas", somente sendo, existindo. Sempre com a ferida por sarar!
obrigado!!!
[vai parar lá ao estaminé]
By paulo, at 2:35 PM
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