Para depois
Para depois guardo
Esse olhar
Que agora não quero.
AmanhãNum qualquer amanhã ao longe
Quando já nada me doer
Nem o teu riso for sequer
Matéria para poemas.
Quando a saudade for teoria
E o passado mito
Tirarei então da fotografia
O calor, os gestos, o toque,
A ternura derramada, tudo
Em que hoje me existes.
E então, meu amor,
Já com os olhos secos
E sem razões, então
Talvez eu fale desse teu olhar.
© Reservados os direitos de autor
Foto: Publico (adaptada)
2 Comments:
Como gostava de ter sido eu a ter engenho para escrever este poema...! Mas escreveste tu...e muito bem.
Obrigado por me deliciares com os teus poemas.
Bj
By Fénix, at 12:34 PM
You´re welcome, Fenix. Creio que todos nós sentimos isso de vez em quando: lemos um poema e pensamos- é mesmo isto, como gostava de ter sido eu e escrevê-lo.Um destes dias, talvez faça uns posts com alguns poemas de outros. Embora isso contrarie um pouco o carácter narcísico deste blogue...ou talvez não, porque escolher textos de outros é, no fundo, falar de nós.
By S.M., at 2:16 AM
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