APENASEU

Monday, November 20, 2006

De Madrugada Atiro Pedras Aos Espelhos


De madrugada
Atiro pedras aos espelhos.

De todas as noites famintas,
Cães às voltas pelas cidades,
Todas as manhãs metálicas,
Frio o sangue, o sexo e os pulmões
Fujo depressa.
Dos rios, dos lagos, das gotas de água
Fujo e sigo o rastro
Dos desertos
Feitos à medida exacta
Da minha morte de sede.

Parti os espelhos.
E assim não vejo
Não volto a ver nunca mais

O teu reflexo nos meus olhos.

© Reservados os direitos de autor

Foto: S.M.

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