Algures de mim
Acorda-me de noite
Chora e tem medo
A criança dentro de mim.
Os seus olhos imploram
Ajuda, carinho, uma mão, um caminho.
Não sei de mim em ti, criança
Perdi-me algures
No percurso dos dias passados
Na inconstância de dias presentes.
No entanto tu gritas
Chamas por mim a qualquer hora
Mas eu não sei de ti em mim, criança
Não sei onde se cruza o nosso momento
Não sei onde encontrar-te, nem onde amar-te.
Precisava tanto de te abraçar
De chorar contigo as nossas lágrimas,
Deixar-te sair do meu tempo parado
Saber que podemos contar comigo
E dizer-te que enfim, tudo acaba bem.
© Reservados os direitos de autor;
Foto: Pascal Renoux
3 Comments:
É um poema de paradoxos. Projecta-se para ser triste mas fala sobre e com beleza. É um querer que não se tem. É bonito.
Gostei bastante, e acho que se o poema reflecte uma fase pessoal, então tenho que te dizer que deixes, realmente, que a esperança seja a última a morrer. =)
Stay Well
By Nelson Soares, at 11:55 AM
Lindo. Lindo. Lindo.
By Brisa, at 6:52 AM
p.s.: A menina foi desafiada no meu blog... =)
By Nelson Soares, at 1:53 PM
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