Taras e Manias *

Resolvi "pegar" num desafio respondido pela minha amiga Xantipa e revelar um pouco das minhas manias mais irritantes ( até para mim...).

1. Não funciono sem tomar café, pela manhã... não funciono mesmo e não vale a pena tentar !

2. Detesto mudanças de planos à última da hora ( fico completamente desnorteada!!!)

3. Fico possessa quando me mudam as coisas de lugar, mesmo que o anterior não fosse lá grande coisa: ou a mudança é negociada ou vem aí muito mau humor :(

4. Adoro deitar-me tarde porque fiquei a ler ou a ver um filme, o que, no meu caso, implica o oposto, detesto deitar-me cedo, irrita-me, até porque não consigo adormecer logo e não tenho paciência.

5. Sempre tive a "mania de ser diferente" ou seja: não possuo qualquer "instinto gregário" e tenho tendência a "ser do contra". Isto às vezes é problemático, mas geralmente dou-me bem e acabo por me sentir se não compreendida, pelo menos respeitada .

6. Aproveito todos os "buraquinhos" para ler. Ando normalmente com um livro (pelo menos) e consigo ler em transportes públicos, cafés, filas de espera e por aí fora... Foi assim que consegui ler muita coisa( infelizmente tenho dificuldade em ler textos teóricos com esta ligeireza, por isso o que li mais foram romances e outras ficções)...

E pronto, cá estão mais umas faces desvendadas. Quem quiser que feche a porta, ou seja, quem quiser que pegue no desafio e responda.

Boa semana para os que trabalham e boas férias para os que descansam...

Foto: S.M. (Sintra e as suas belas exposições de rua...)

* vaga alusão a uma canção de Marco Paulo, cantor que não aprecio mas por cuja carreira tenho um grande respeito.

Florbela, bela...

Florbela Espanca no Parque dos Poetas , em Oeiras.

Resolvi escrever um pequeno conto para o concurso do blog Tangas Lésbicas . Por uma daquelas engrenagens que ninguém percebe como( se calhar a culpa foi do adolescente gay ...lol) "apareceu-me" Florbela Espanca na imaginação e por isso o conto se chama " A rapariga que gostava de Florbela Espanca" ( não posso reproduzí-lo aqui por motivos óbvios... pelo menos por agora). Precisei de citar alguns poemas de Florbela. Aqui ficam dois dos eleitos:

*

Volúpia

*

No divino impudor da mocidade,

Nesse êxtase pagão que vence a sorte,

Num frémito vibrante de ansiedade,

Dou-te o meu corpo prometido à morte!

*

A sombra entre a mentira e a verdade...

A núvem que arrastou o vento norte...

- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:

Meus beijos de volúpia e de maldade!

*

Trago dálias vermelhas no regaço...

São os dedos do sol quando te abraço,

Cravados no teu peito como lanças!

*

E do meu corpo os leves arabescos

Vão-te envolvendo em círculos dantescos

Felinamente, em voluptuosas danças...

Charneca em flor

*

Enche o meu peito, num encanto mago,

O frémito das coisas dolorosas...

Sob as urzes queimadas nascem rosas...

Nos meus olhos lágrimas apago...

*

Aseio! Asas abertas! O que trago

Em mim? Eu oiço as bocas silenciosas

Murmurar-me as palavras misteriosas

Que perturbam meu ser como um afago!

*

E, nesta febre ansiosa que me invade,

Dispo a minha mortalha, o meu burel,

E já não sou ,Amor, Sóror Saudade...

*

Olhos a arder em êxtases de amor,

Boca a saber a sol, a fruto, a mel:

Sou a charneca rude a abrir em flor !

*

Sonetos Completos ( com um prefácio de José Régio), Coimbra, Livraria Gonçalves, 1946 (7ª edição), pp. 126 e 97.

Da minha estante - XIV

No Dia Mundial da Poesia

Ofício de Amar

já não necessito de ti

tenho a companhia nocturna dos animais e a peste

tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso

*

um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio

é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração

não, não preciso mais de mim

possuo a doença dos espaços incomensuráveis

e os secretos poços dos nómadas

*

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto

deixei de estar disponível, perdoa-me

se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo

*

Al Berto in O Último Coração do Sonho,V.N. de Famalicão, Ed. Quasi, 2000, p. 38

Foto: Olhares.com

Como o tempo passa...

Foi ontem...e já passaram 4 anos e meio :)

Hoje o post é dedicado ao meu amor ( mas tod@s podem partilhar!)

POR ESSA MULHER

Procuro por ela

Em cada lugar

Em cada rosto

Que vejo passar.

*

Procuro por ela

Quase insan@

Por essa mulher

Aquela que eu amo.

*

Por essa mulher

Fico inquiet@

Pres@ no escuro

Vivo secret@.

*

Por essa mulher

A prometida

Cresce uma flor

Em cada dia.

*

Por essa mulher

Na minha vida

Guardo uma flor

Em cada dia.

*

UHF

Letra: António Manuel Ribeiro / Música : António Côrte-Real

*

P.S. Espero que o AMR não se importe da adaptação á igualdade de género que fiz da canção dele ;)

P.S.2. Não liguem ao contador das joaninhas, enganei-me no dia, vai andar sempre atrasado dois dias ( até eu o acertar...) : D

*

Foto:Pascal Renoux

Pequenas coisas simples...

Amo o amor

Amo o amor.
Decomponho:
Amizade,
Mais,
Orgulho,
Rebelião,
A
M
O
R.

Vem, de mansinho
Prender-me a gestos antigos,
Sempre queridos e urgentes.
O nosso sexo é justo,
Nunca amaremos demais.

Amo o amor.
Soletro:
Ternura
União,
T
U.

© Reservados os direitos de autor

Foto: Olhares.com

Eu menti !

Ora aqui vai: só três visitantes responderam ao meu desafio ( @s outr@s andam noutras vidas...) e nenhum acertou em todas as minhas mentirolas, a saber:

3. Nunca fui a Londres.

Pois, Londres já me viu por lá a passear ( Museu de História Natural, Madame Tussauds, Render da Guarda Real, Big Ben and so on...). Aproveitei para deixar roubar a máquina fotográfica e fiquei sem fotos documentais... tal foi a minha passagem por terras de Sua Magestade, The Queen ;)

4. Adoro ouvir trechos de Ópera.

Lamento se vou desiludir alguém ( e sim, já tentei e já me esforcei) , mas não consigo gostar de Ópera, pelo menos daquela pura e dura. Gosto de alguns trechos, sim, mas a sério, a sério, acho que só o Freddy Mercury com a Monserat Caballé...

8. Aos quinze anos descobri que era bissexual.
Nem aos quinze, nem nunca (lol). Aos quinze anos tinha uma colega apaixonada por mim e eu morria pela professora de Francês (lolololol), mas achava-me absolutamente heterossexual. Quando me apaixonei por uma mulher, já bem adulta, percebi que alguma coisa tinha estado errada na minha "vida anterior". Que não renego, em absoluto, foi um percurso, o meu percurso , mas que não creio voltar a repetir. Tive quase sempre a sensação: I want to break free.

Agora as verdades:

1. Já vivi em África.
Sim, Moçambique e África do Sul. Do primeiro, algumas muito boas recordações de infância, da segunda muita estranheza. Foram tempos complexos para o país que teimava em manter um apartheid anacrónico e para mim que tive de crescer à força.

2- Em pequena fazia criação de bichos da seda.
Eu e tod@s @s colegas de escola, nesse tempo :).
Era também, A Kind of Magic...

5. Já ameacei uma pessoa de morte.
Infelizmente esta é verdade. Aconteceu num contexto de muita violência em que a pessoa em questão ameaçou o meu irmão mais novo ( na altura com 3 anos) e eu retribuí. Felizmente tratava-se de um cobarde, pois se tem tido o azar de se meter com o miúdo, acredito que o matava mesmo. A vida é estranha, por vezes, Love Kills.

6. Gosto de escrever pela noite dentro.
Que dizer? Se pudesse, não dormia, passava a noite a escrever, no silêncio e na calma. É das melhores sensações: uma casa adormecida e eu no pc, compondo poemas ou escrevendo narrativas. Só quando estou sózinha consigo "despir" a minha alma, ganhar distância e traduzir em palavras pedaços da existência. Registar a memória: Who wants to live forever?

7. Aos dezoito anos vivi uma intensa história de amor com um homem 22 anos mais velho.
É uma das minhas histórias de amor mais bonitas, que guardo com muito carinho. Foi iniciática em muitos sentidos e não seria quem sou se não tivesse passado por esta aventura. Não foi pedofilia, garanto, foi tudo, não só consentido, como muito pensado e pesado. Ficou uma amizade para o resto da vida e a certeza de que existe uma coisinha louca chamada amor ( com tantas, tantas faces...)

9. Já fiz teatro na Aula Magna da Universidade de Lisboa.
Amigos, essa é outra das minhas faces ocultas: gosto muito de Teatro. Gosto de assistir e tenho pena de não ter feito mais a sério. No entanto, enquanto estudante ( tanto no liceu como na faculdade) pertenci ao Grupo de Teatro e foi assim que, no meu 2ª ano de Faculdade participei num espectáculo na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. Cantem comigo: The Show Must Go On... a vida não me deixou continuar no espectáculo, vá-se lá saber porquê.

Pronto, equívocos desfeitos, aqui ficaram algumas das minhas faces, agora menos ocultas... e não poderia dizer que os Queen não são uma das minhas bandas preferidas, pois não? Para a verdade cliquem nos links ;)

Foto:Pascal Renoux

Mulheres...

Maravilhosas criaturas

Unindo o mundo...

Loucas, por vezes

Heroínas

Entusiastas, lutadoras,

Revolucionarias...

Elegantemente, sempre

Seres de excepção!

*

( dedicado a quem se sentir implicado...)

*

© Reservados os direitos de autor

Foto: Pascal Renoux

Gato escondido...

No seguimento do desafio respondido pelo amigo pinguim, resolvo também pegar na ideia e esperar que os (poucos, mas bons) leitores deste blog descubram quais as três mentiras escondidas entre as nove afirmações seguintes, acerca da minha pessoa:

1. Já vivi em África;

2 .Em pequena fazia criação de bichos da seda.

3. Nunca fui a Londres.

4. Adoro ouvir trechos de Ópera.

5. Já ameacei uma pessoa de morte.

6. Gosto de escrever pela noite dentro.

7. Aos dezoito anos vivi uma intensa história de amor com um homem 22 anos mais velho.

8. Aos quinze anos descobri que era bissexual.

9. Já fiz teatro na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

Voilà! Agora entretenham -se a descobrir onde é que o gato está escondido... com o rabo de fora. :)

Foto: S.M.

Modelo: Goldy ( escondido entre uma parede, uma viola e um armário!)